terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A minha experiência com o Reiki


Quando fui diagnosticada com fibromialgia, uma das terapias complementares que me aconselharam foi o Reiki. Dado os seus inúmeros benefícios, tais como, desbloquear canais energéticos, aliviar a dor e o desconforto, reduzir os níveis de stress e ansiedade, promover o equilíbrio energético, decidi experimentar e fiz mesmo o curso equivalente ao nível 1. O certo é que, logo da primeira vez que recebi Reiki, senti um alívio enorme, senti-me automaticamente mais relaxada e mais leve e, durante a sessão de tratamento, a dor aliviou bastante. Desde então, tenho praticado auto-reiki, aplicando Reiki a mim mesma, todos os dias. E tenho sentido melhorias, mais concretamente a nível emocional. Sinto-me mais calma e tranquila, menos ansiosa, e isso acaba por reflectir-se a nível do corpo físico. Não, as dores não passaram. Sim, o cansaço continua. Mas sinto-me mais serena, com mais força emocional para enfrentar os dias e para suportar a dor. Já não tenho crises de ansiedade como tinha, estou mais calma e tudo isso contribui para a melhoria da nossa condição.

Este é, tão só e apenas, o meu testemunho, aquilo que se passa comigo. Pode haver pessoas que se sintam melhores. E pode haver pessoas que não sentem melhoria absolutamente nenhuma. Como sempre digo, cada caso é um caso, cada pessoa é única e singular e, o que funciona com uns, pode não funcionar com outros.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Este corpo que grita


O meu corpo aprendeu a fazer uma série de coisas sozinho, sem o meu aval. Uma dessas coisas nada maravilhosas é gritar. Sim, o meu corpo aprendeu a gritar. Há dias em que não se cala um segundo que seja. Cada célula grita, num ritmo descompassado e frenético. É uma sucessão de gritos estridentes, em tons disformes. São gritos de dor, de uma dor que não consegue mais estar calada. São gritos de cansaço, gritos que ordenam a que eu me atire para o meio de chão e, também eu, comece a gritar. Há dias assim, em que a dor e o cansaço extremo fazem o meu corpo inteiro gritar. Gritar de desespero. Gritar de revolta. Gritar, tão somente, de cansaço. Há dias assim, em que o simples respirar dói e cansa. E o corpo grita e não se cala e quase me ensurdece e me leva à loucura. Há muito tempo que este meu corpo se tornou assim, desobediente, fazendo apenas aquilo que bem lhe apetece ou, neste caso, não fazendo aquilo que me apetece a mim. Por vezes, sinto que este meu corpo, que grita, deixou de ser meu. Entregou-se à dor, ao desespero, ao cansaço sem tréguas. Acho mesmo que o meu corpo deixou de ser meu. Descontrolou-se por esses caminhos sinuosos. Virou-me as costas. Zangou-se comigo. E a única maneira de me dizer tudo isso é gritando. E eu já não suporto mais ouvir estes gritos. Só queria dar-lhe sossego. Acalmar-lhe a dor. Devolver-lhe a força e a energia de outrora. Será que um dia vou conseguir? Será que, algum dia, o meu corpo irá fazer as pazes comigo e deixar de gritar e voltar a ser o que era? Tenho fé que, um dia, isso seja possível. Até lá, que Deus me ajude, que Deus nos ajude.

Cansaço



Hoje sinto-me cansada. Tão cansada. Como se o meu corpo pesasse uma tonelada. Como se levantar os braços fosse uma tarefa hercúlea. Como se o simples facto de respirar fosse um sacrifício. Sinto-me cansada. Tão cansada. Só tenho vontade de fechar os olhos e perder-me em pensamentos. Não fazer mais nada. Não escutar mais nada além das doces melodias que pairam nas minhas memórias. Apenas sonhar com o tempo em que não havia dor, nem cansaço, apenas vitalidade e energia que não acabava nunca. Que saudade desse tempo. Só damos valor às coisas quando as perdemos. Quando tinha essa energia toda, era preguiçosa, não queria fazer nada, não queria saber de fazer desporto ou, simplesmente, caminhar. Agora que tenho tanta vontade de fazer tudo isso o meu corpo não corresponde.
Hoje sinto-me cansada. Tão cansada. De um cansaço que não pára, que me envolve e me leva, que não me deixa sair do lugar. Sinto-me cansada. Tão cansada. Só quero ficar quieta, no meu silêncio. Não quero que me perturbem. Não quero que me culpem. Não quero que me chamem de preguiçosa. Não é preguiça, é cansaço. Não é preguiça, é fibromialgia. Resta-me a Fé, esta minha Fé que me salva, que me ajuda, dia após dia, a levantar da cama e a sorrir, mesmo que a dor não dê tréguas. É esta minha Fé que não me deixa cair, que me sustenta, que me impulsiona para a frente. Sinto-me cansada. Tão cansada. Mas amanhã estarei melhor. Tenho Fé que sim.


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Hoje é só um dia menos bom


A fibromialgia é composta por várias nuances e por vários estados de espírito. A parte emocional acaba por ser fortemente afectada pela dor que não dá tréguas. Há dias em que essa dor é mais suportável. Há dias, como o de hoje, em que tudo parece doer a triplicar, até a alma. São dias mais cinzentos, dias de frio fruto de um Inverno nem sempre amigo. São dias de desânimo e de alienação. Como se, de repente, estivesse numa outra dimensão e não quisesse aceitar que tudo em mim dói. Sinto-me cansada. Tenho de pedir, continuamente, licença ao meu corpo para fazer o que quer que seja. Tenho as mãos geladas e as minhas costas mais parecem um muro de betão, com a única diferença de que os muros de betão não sentem dor. Há dias assim, em que me sinto a fraquejar, em que a dor me faz mesmo chorar, tal e qual como quando era criança e esfolava os joelhos. Há dias assim, em que a incompreensão afasta as palavras de conforto e carinho de que tanto precisava. Mas, são apenas dias menos bons. Não posso desistir. Não posso deixar a dor ganhar terreno nesta batalha. Tenho fé. Acredito que serei capaz, da mesma forma que acredito que amanhá estarei melhor, que amanhã serei melhor. Sei que a dor vai lá estar, esta minha fiel companheira, mas sei também que terei cada vez mais força para lhe fazer frente. Hoje é só um dia menos bom. Mas vai passar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A importância da tranquilidade


A fibromialgia está directamente relacionada com a parte emocional. Desta forma, quanto mais stressados estamos, pior. No meu caso concreto, noto logo que, quando me irrito ou preocupo em demasia, a intensidade da dor aumenta logo. Por isso, tenho tentado, nestes últimos tempos, ser mais serena e estar mais tranquila. Fiz o nível 1 de Reiki e tenho praticado auto-reiki diariamente e, de facto, sinto-me melhor. Sinto-me mais calma e tranquila e isso, aos poucos, vai influenciando tudo o resto. Estou a pensar também experimentar terapia sacrocraniana, dizem que ajuda imenso na fibromialgia.

Uma outra forma de relaxar é a meditação. Também faço meditação diariamente, por norma, antes de dormir. Sinto-me mais relaxada e consigo conciliar melhor o sono. Além disso, a meditação também promove o relaxamento físico, o que é óptimo para os nossos amigos músculos.

Se tiverem sugestões de mais métodos de relaxamento ou de terapias complementares que funcionem na fibromialgia, deixem nos comentários, por favor. Fiquem bem!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Fibromialgia e Síndrome do Intestino Irritável


É muito comum fibromialgia e síndrome do intestino irritável (SII) andarem de mãos dadas. A síndrome do intestino irritável caracteriza-se por cólicas violentas e por alterações gastrointestinais (obstipação ou diarreia). Agora que fui diagnosticada percebo que a minha SII era já o primeiro sintoma da fibromialgia.

Há cerca de três anos atrás comecei a ter cólicas violentíssimas, diariamente. Eram dores horríveis que quase não me deixavam respirar. Além das dores, também tinha diarreia quase diariamente. Perdi peso. Sentia-me muito, muito cansada, quase não tinha forças para me levantar de manhã e ir trabalhar. Andei assim durante alguns meses pois pensava que seria do stress ou então de alguma coisa que eu comia e me fazia mal. Entretanto, resolvi ir ao médico, fiz uma série de exames e análises e estava tudo bem. Mas as cólicas e o desconforto abdominal continuavam. O médico chegou à conclusão que poderia ser SII e receitou-me uma medicação que, na altura, acalmou as crises (sei que um dos medicamentos que tomei era o librax e o outro não me recordo mesmo do nome, mas sei que era um relaxante para as paredes do intestino). Ainda hoje tenho crises de cólicas horríveis. Há semanas em que ando bem e há outras em que tenho cólicas todos os dias.

A reumatologista que me diagnosticou a fibromialgia disse-me logo que a minha SII estava relacionada com a doença. Agora percebo o motivo de tanta, tanta dor abdominal. Entretanto, fiz algumas alterações na minha dieta, como já referi no post anterior, e isso também tem ajudado a espaçar as crises de SII. Reduzir nos produtos lácteos e nos produtos com glúten pode ajudar. No entanto, cada caso é um caso. Nesta doença. como em muitas outras, não há verdades absolutas e o que pode acontecer ou funcionar com algumas pessoas, com outras pode não ser igual.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A importância da alimentação


Como em qualquer patologia, aquilo que comemos tem grande importância e pode influenciar, directa ou indirectamente, o curso da mesma. Na fibromialgia não é diferente. A nossa alimentação, quando adequada, pode ajudar a combater sintomas como a fadiga e melhorar a força muscular.

O ideal será optar pelos alimentos naturais e reduzir a ingestão de processados, que contêm muito mais gordura e açúcar. Há quem opte por eliminar da dieta o glúten e a lactose, referindo melhorias. No entanto, para quem não quiser ser tão radical, pelo menos no início, pode optar por reduzir a ingestão de alguns alimentos e aumentar a ingestão de outros.

- Reduzir a ingestão de açúcar e de alimentos açucarados.
- Reduzir a ingestão de sal.
- Reduzir a ingestão de alimentos ricos em gordura.
- Reduzir a ingestão de carnes vermelhas.
- Optar pelas carnes brancas (frango, perú) e pelo peixe (em especial peixes gordos como o salmão, o carapau ou o atum).
- Aumentar a ingestão de frutas. Há estudos que referem que os citrinos podem não ser muito benéficos para os doentes com fibromialgia, uma vez que podem exacerbar os sintomas. Além disso, os citrinos são susceptíveis de provocar alergias e, como os doentes com fibromialgia têm uma maior propensão para as alergias, poderá ser por aí. No entanto, e sublinho, nada está devidamente confirmado. Assim como assim, podemos sempre optar por reduzir a ingestão de citrinos e substitui-los por outros frutos.
- Aumentar a ingestão de vegetais.
- Aumentar a ingestão de alimentos ricos em magnésio: banana, beterraba, grão-de-bico, feijão, ervilhas, lentilhas, aveia, frutos secos, trigo integral.
- Aumentar a ingestão de pão integral, massa integral, arroz integral, pois são mais ricos em nutrientes.
- Reduzir a ingestão de lacticínios, principalmente doentes que tenham também Síndrome do Intestino Irritável, uma vez que a lactose pode agravar os sintomas.
- Reduzir a ingestão de alimentos como tomate, pimentos e beringela. Estes alimentos contêm um grupo de alcalóides que inibe a reparação do colagénio em pessoas com dor do foro reumático e que aumenta a probabilidade de inflamação e, consequentemente, a dor. 
- Beber, pelo menos, 1,5 L de água por dia.
- Evitar o consumo de álcool (até porque este interfere com a acção de determinados medicamentos).
- Evitar beber café ou bebidas que contenham cafeína (a cafeína pode aumentar os níveis de stress e ansiedade e interferir, também, com a acção de alguns medicamentos); substituir estas bebidas por infusões de frutos ou de ervas é uma boa opção.

As alterações na dieta alimentar devem ser feitas de forma gradual. O que pode funcionar bem com uma pessoa, pode não ter o mesmo efeito com a outra. Seguir uma alimentação regrada e cuidada, com algumas das sugestões mencionadas, pode ajudar a reduzir a fadiga, melhorar o trânsito intestinal, melhorar o funcionamento do sistema cardiovascular. Repito que cada caso é um caso, por isso, o melhor é irmos experimentando aquilo que funciona com cada um de nós.

No meu caso concreto, já comecei a fazer algumas alterações na minha dieta. Reduzi a ingestão de café, bebo mais água e infusões, como mais pão escuro em vez de pão branco, como mais frutas e legumes (como não gosto muito de comer os legumes cozidos, coloco-os na sopa e depois passo tudo com a varinha mágica. assim custa menos!), reduzi a ingestão de lacticínios e deixei de comer iogurtes (e sinto-me muito melhor, principalmente a nível intestinal) e deixei de comer carnes vermelhas. Claro que ainda tenho muitas alterações a fazer, principalmente a nível da ingestão de doces. Sou um bocadinho gulosa e não resisto a doces.

O que aqui expus, tirando a minha experiência pessoal, foi fruto de pesquisa que fui fazendo. Espero que estas dicas vos possam ajudar. Qualquer sugestão, deixem nos comentários.